Apesar das vendas em baixa, Volvo aumenta participação

26/07/2016 às 10:17 - Atualizado em 26/07/2016 às 10:18

Apesar das vendas em baixa, Volvo aumenta participação

Apesar das vendas em baixa, Volvo aumenta participação graças a atuação em vendas customizadas e um segmento financeiro forte como apoio

Claes Nilsson, o novo presidente da Volvo Latin America, estreou na liderança da companhia no continente com resultados excepcionais, que lideram a empresa retomar a liderança nos caminhões pesados, mas com turbulências fortes à vista, decorrentes da compressão da economia brasileira e do torniquete aplicado à linha Finame, preferência nacional entre os transportadores.

Entretanto, dificuldades não são exatamente uma novidade na vida de gestor de Nilsson, pois seus últimos trabalhos foram na Europa, em meio a longos anos de crise. Outra credencial de valor do dirigente foi sua destacada atuação na introdução da nova linha de caminhões lançada por aqui recentemente.

Os números à sua mesa foram certamente agradáveis: apesar na queda de vendas do mercado de veículos comercias, a Volvo viveu seu segundo melhor ano no Brasil, com o emplacamento de 19.732 veículos e elevando sua participação geral para 21,3%, nada menos que 1,3 ponto acima dos conquistados em 2013.   

A retomada da liderança nos pesados foi uma das grandes satisfações de Bernardo Fedalto, diretor de Caminhões Volvo no Brasil. “Registramos uma evolução contínua no mercado, nos pesados alcançamos 21,5% de participação, nos semipesados emplacamos 12,6% e chegamos a 24% das unidades novas vendidas com contratos de manutenção”, festeja ele.

A ênfase maior, como não poderia deixar de ser, está na conquista de mercado num momento nada bom da indústria de caminhões no geral e o crescimento também dos serviços. O crescimento da marca na matriz de caminhões é notória e acontece desde 2008, quando detinha 12,8% do mercado – ou seja, em apenas 7 anos o share de mercado da Volvo praticamente dobrou.

No ano passado a solidez dos negócios da montadora conseguiu a proeza de crescer mesmo com o mercado despencando 15,1% nos pesados e 5,6% nos semipesados: as quedas registradas pela empresa foram de apenas 6,3% e 1,0%, respectivamente.

Esse é um mote e tanto para Fedalto: “Os transportadores sabem fazer contas e escolhem a melhor opção para eles”, assegura. Essa confiança vem da oferta de caminhões que, segundo Bernardo, são robustos, apresentam baixo consumo de combustível e oferecem grande disponibilidade, fatores que garantem rentabilidade às empresas de transporte.

Recorde

Nos 19.732 veículos vendidos no Brasil estão incluídos os comercializados pela Volvo Bus, unidade de negócios em ascensão nos últimos anos. Luis Carlos Pimenta, presidente da companhia na América Latina, ressalta: “Hoje, a participação global da Volvo nas Américas representa 52% das vendas mundiais”, comemora ele. Destes números, a America Latina consolida 34% do total.

Pimenta acredita que 2015, especificamente para os chassis de ônibus, será um ano melhor e cheio de esperanças para os empresários do segmento. As expectativas miram a regulamentação da ANTT, parada por oito anos e que embute a comercialização esperada de 2 mil chassis, pois a renovação de frota esteve parada em “stand by”.

Mais importante ainda é o “animo” de um ano pós-eleitoral e os maciços investimentos esperados em mobilidade urbana em países como o Chile e regiões como a America Central. “A preocupação ambiental é algo animador e já está na mira de cidades como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, que incorporarão às suas frotas ônibus híbridos e elétricos”, diz.

Esta parece ser a ideia geral. Em Bogotá, Colômbia, já circulam 350 hibridos elétricos e no próximo ano chegarão os híbridos articulados.

Um grande apoio ao sucesso foi o VFS, Volvo serviços financeiros. “No ano passado registramos nosso melhor ano, com um crescimento de 34%”, calcula Valter Viapiana, gerente Comercial de Consórcio e da Comunicação de Marketing do VFS. A carteira somou um total de R$ 2,88 bilhões e foi responsável por 40% das vendas da marca. O consórcio da Volvo também evoluiu e consolidou cerca de R$ 800 milhões, enquanto a unidade de negócio de seguros alcançou R$ 109 milhões. “A novidade é que estamos lançando seguro de carga”, adianta o executivo.