Apesar de tudo

10/04/2017 às 1:24 - Atualizado em 18/05/2017 às 11:29

Volvo consegue crescer em participação no pior ano da indústria de pesados e consolida posição com incremento das exportações

Apesar de um ano mais do que sofrível, como o de 2016, a Volvo do Brasil conseguiu driblar as dificuldades e executar um plano de atuação que atenuou as más previsões para o ano. No geral, os 20 países da América Latina onde atua foram responsáveis em boa parte pelo equilíbrio.

As exportações saltaram 30,6% para os latinoamericanos, a liderança em caminhões pesados e semipesados foi mantida e as vendas de ônibus também fizeram bonito. O balanço apontou que 58% das vendas ocorreram no Brasil, mas nada menos que 42% das unidades foram exportadas, o maior crescimento entre os produtores de veículos de carga acima de 16 toneladas.

Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, isso não foi nenhuma novidade: “A exportação sempre foi um dos pilares dos negócios do grupo na América Latina e já estávamos preparados para aproveitar as oportunidades.”

Com o mercado interno vivendo a pior crise de todos os tempos e o Real desvalorizado, bons produtos e serviços na prateleira não deu outra. Vizinhos ou não vizinhos contribuíram para que a participação mantivesse a evolução dos últimos anos, em 2008 era de 10,3% e em 2016 chegou a 16,%.

A fatia da marca nos pesados e semipesados foi de 15,2% e de 27,9% exclusivamente nos pesados. Na America do Sul destaques para o Peru, onde a participação da Volvo alcançou 28,8% e 6,1% na categoria do VM; e na Argentina bateu em 16%, o dobro que em 2015.

“Foi um ano difícil. Mas equilibramos nossos resultados na região, crescendo na América Latina e fazendo a lição de casa no Brasil”, declara Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina.

“Prevemos que em breve nossa participação no Chile também irá decolar, em consequência de uma grande expansão da rede de concessionárias, que deverá dobrar”, diz Bernardo Fedalto, diretor de Caminhões Volvo no Brasil.

Para se defender do péssimo momento do mercado brasileiro, semelhante ao de 2002, ou seja 14 anos atrás, a prestação de serviços tem sido outra salvaguarda, além das exportações. “Depois dos 90 mil caminhões de 2014, os 41.567 vendidos em 2015 e os 29.628 de 2016, o equilíbrio vem sendo mantido graças a esse segmentos”, aponta Fedalto.

Reforços 

Os planos de manutenção, por exemplo, já atingem 54% das comercializações de caminhões e sobe rápido nas de ônibus, onde atingem 36%. Além disso, dos 4 mil veículos Volvo conectados na América Latina, 2 mil deles estão no Brasil.

No sentido de reforçar ainda mais o time de vendas, um velho conhecido retorna ao quadros depois de 19 anos: é Alcides Cavalcanti, que passou por MAN LatinAmerica, Iveco e Foton, mais recentemente, na missão de manter a liderança dos cavalos-mecânicos FH e incrementar as vendas dos semipesados VM. “Estou agora numa diretoria de estagiários – brinca ele – fazendo menção de que praticamente todo o corpo gerencial da Volvo foi contemporâneo duas décadas atrás.”

No segmento de ônibus, a Volvo Bus registrou um crescimento de 8% mundialmente, apesar da situação no Brasil, país que caiu do primeiro para o sexto mercado da marca no mundo. O equilíbrio veio com a forte presença das exportações, que chegaram a 61%, posição diametralmente oposta a de 2012/2013, ocasião que as vendas internas alcançavam 62% do total.

Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Bus, confia que o portfólio de produtos, que inclui os híbridos e elétricos, além do biarticulado de 30 metros – o maior ônibus do mundo – e sistemas como do Civi, de metronização dos ônibus possam ajudar muito.

Outro carro que deve se transformar num “pão quente” é o B310R, um 4×2 com motor de 310 cv, desenvolvido especialmente para os segmentos de rodoviário de curtas e médiasdistâncias, incluindo o setor de fretamento.

No Brasil, a Volvo Bus aumentou sua participação de 9,3% para 9,5%, um crescimento residual, mas importante diante de um mercado tão instável. Mesmo porque mais de 60% das vendas vieram das exportações.

Boa parte dessa presença marcante da marca nos segmentos de cargas e passageiros deveu-se ao braço financeiro do grupo, o Volvo Financial Services Brasil, instituição que bateu o recorde de vendas em consórcio, com uma carteira de R$ 1,15 bilhão e este ser um caminho interessante para os programas de renovação de frota das empresas de transporte e operadores em geral.

O VFS também cumpriu sua missão no ano passado, quando financiou metade das vendas de veículos do grupo e garantiu financiamento a centenas de compradores, que com certeza sentiram o rigor do mercado financeiro no momento de aceitar garantias num momento tão difícil da economia brasileira.

“Mesmo com o cenário econômico adverso, apoiamos os clientes na renovação ou ampliação de suas frotas, consolidando nosso propósito de estar sempre ao lado deles e agregando valor”, confirmou Ruy Meirelles, presidente do VSF. Os novos negócios de financiamento somaram R$ 1 bilhão para aquisição de caminhões, ônibus e equipamentos de construção.

Uma novidade muito bem-vinda no ano passado foi a criação do Seguro de Carga, o que permite ao usuário ser indenizado pelo valor da carga em caso de acidente ou roubo e que pode ser customizado, de acordo com a aplicação do cliente. Valter Viapiana, diretor Comercial do VSF Brasil, diz que a alternativa foi implantada para atender a todas as necessidades dos clientes.

 

Pedro Bartholomeu

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